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A mulher imortal

Homenagem da Associação Dignitude a Odette Ferreira


25 MAIO

Há pessoas extraordinárias, casos raros de imortalidade. A professora Odette Ferreira entra nesse estreito lugar onde só cabem aqueles cuja memória perdurará.

O mundo deve-lhe a descoberta do HIV2. Portugal deve-lhe o programa de troca de seringas nas farmácias. Pelo seu trabalho, pela sua entrega às causas da saúde pública, pela sua inteligência e invulgar energia transformadora, muitos lhe devem uma vida melhor.

A Associação Dignitude, de que era associada fundadora e sua Embaixadora ativa, deve-lhe a generosidade do empréstimo do seu prestígio, e deve-lhe a dedicação.

Maria de Belém Roseira, coordenadora-geral, recorda a sua participação permanente nos órgãos sociais, e sublinha que, «para a professora Odette o protagonismo nunca foi importante, mas sim as causas que servia. Era uma personalidade cheia de energia, com uma inteligência fulgurante e uma enorme capacidade de execução, combinação que fazia dela alguém extraordinário».

José Martins Nunes, presidente do Comité de Fundraising da Dignitude, lembra ainda o «caráter ético e humanista» daquela que foi «uma das mais notáveis investigadoras portuguesas».

Odette Ferreira morreu ontem, em Lisboa, aos 93 anos.